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quarta-feira, 28 de outubro de 2015

90% de algodão contaminado com Glifosato




Estudo argentino mostrou 90% de algodão cirúrgico, cotonetes, gaze, absorventes femininos, fraldas de bebês se encontra atualmente contaminado com Glifosato, o principio ativo dos hebicidas usados em variedades transgênicas cultivadas quase que exclusivamente ao redor do mundo hoje em dia.

Depois de tentar acabar com as abelhas e borboletas, querer empurrar sementes "Terminator", a Monsanto agora está atrás das mulheres, dos doentes e feridos com algodão contaminado para todos os gostos.

Artigos (em ingles) aqui (espanhol) aqui

O video abaixo só no idioma de Shakespeare (não achei versão traduzida ou legendada na língua tupinambá e eu não  sei nem tenho tempo pra fazer isso)  


quarta-feira, 21 de outubro de 2015

"Back to the Future" e a dureza da realidade - o futuro é HOJE!...



por Fabio de Oliveira Ribeiro, no blog do Nassif

 

Amanhã o futuro imaginado no filme Back to the Future será, finalmente, passado. O futuro chegou.

As expectativas criadas no passado NÃO se tornaram realidade.

Ainda não vi nenhum carro voador. Meninos e meninas continuam desfiando a gravidade com skates de rodinhas e se esborrachando em pisos ásperos. Os filmes 3 D existem apenas nos cinemas, mas dão uma dor de cabeça terrível. As viagens temporais continuam sendo ficção científica hoje tal como eram quando foi filmado o primeiro episódio de O Túnel do Tempo, série bem mais interessante do que Back to the Future.

O passado é logo ali. A abertura do trailer mostra uma cidade limpa, bonita e povoada por cidadãos bem vestidos e autoconfiantes. Em 21/10/2015 milhões de norte-americanos voltaram ao tempo em que eram miseráveis tinham medo de tudo, inclusive dos russos.

Na Síria o sonho imperial norte-americano tropeçou, enfim, na realidade. Antes disto o império já tinha implodido economicamente.

A Rússia voltou a ser uma potência nuclear com capacidade militar convencional respeitável (em algumas semanas os russos destruíram o Estado Islâmico laboriosamente criado pelos EUA durante uma década). A derrotada da URSS na Guerra Fria foi abreviada pela história de um futuro imprevisto pelo governo dos EUA.

No futuro idealizado em filme Back to the Future, em 2015 os EUA continuariam sendo um país rico. Após quase uma década de crise financeira, as cidades dos EUA estão caindo aos pedaços, dezenas de milhões de cidadãos norte-americanos vivem em tendas, barracas, barracos, túneis e minas abandonadas. Aproximadamente 13 milhões de crianças norte-americanas não fazem três refeições por dia. É incerta a quantidade de norte-americanos que passam fome. Tiroteios entre civis ou entre policiais e civis ocorrem todos os dias. Os EUA estão mergulhando num abismo de sangue e violência.

Apesar da decadência evidente, a Casa Branca e o Pentágono planejam novas guerras. As que foram vencidas por Bush Jr. não resultaram em benefícios palpáveis exceto para os fabricantes de armamentos e fornecedores de bens e serviços para as Forças Armadas dos EUA. A credibilidade do governo norte-americano passou pelo fundo do poço e segue em queda livre em razão das denúncias de Julian Assange, Edward Snowden e Bradley Manning. Pilotos de drones começam a relatar os crimes de guerra que forram obrigados a cometer durante o governo Obama.

O cinema segue tão divorciado da realidade hoje quanto era no passado. Talvez seja esta a verdadeira causa da decadência dos EUA, país que se uniu aos nazistas ucranianos e segue fazendo filmes de guerra em que derrotam os nazistas alemães na II Guerra Mundial. Mas isto, meus caros, é um problema dos norte-americanos não dos brasileiros.

terça-feira, 13 de outubro de 2015

Como fazer sucesso como corrupto em Banânia

por Paulo Nogueira, no DCM


Os mais puros, diante dos fatos acachapantes das últimas semanas, se perguntam: como alguém como Eduardo Cunha pode fazer uma carreira com tamanhas delinquências ao longo de tantos anos?... A resposta é: Um retrato do Brasil.

Os americanos, na Guerra Fria, se referiam a ditadores que os apoiavam de uma maneira abjetamente pragmática: São os nossos ditadores.  Estes matavam, perseguiam, torturavam – mas eram mantidos no poder pelos líderes do “Mundo Livre” porque eram seus ditadores.


Assim, na visão da plutocracia, Eduardo Cunha é um dos nossos corruptos. Exatamente como Ricardo Teixeira, para ficar num caso. Teixeira cansou de roubar na CBF. Mas era amigo da Globo, e portanto da plutocracia, e então teve vida fácil no Brasil. Ninguém o aborrecia com coisas como honestidade.

Eduardo Cunha se iniciou com PC Farias, o tesoureiro de Collor. Com ele aprenderia a arte de arrecadar – vital depois para patrocinar campanhas de políticos menos talentosos naquilo. Depois, por indicação de PC Farias antes do fim da era Collor, foi ser presidente da Telerj. Naquele posto a parceria com os plutocratas ganharia músculos. Cunha facilitou a vida da NEC, uma empresa de telefonia controlada pela Globo. Pronto. Deu o passo essencial para se tornar um intocável.

A Globo é uma espécie de mantenedora dos nossos corruptos. Se, como Ricardo Teixeira e Eduardo Cunha, você está protegido por ela, tem licença para fazer muita coisa. Você não vai aparecer no noticiário. E protegidos da Globo costumam ser também protegidos da Justiça. Conte quantos amigos da Globo foram apanhados na Lava Jato. Aécio é um típico amigo da Globo: veja quantas vezes ele foi cobrado pelas suas conhecidas estripulias. É um golpe perfeito... Ou quase.

O problema é quando entram em cena coisas fora do controle da plutocracia brasileira, e portanto da Globo. A polícia suíça, por exemplo. Não fossem os suíços, correríamos o risco de ter Eduardo Cunha na presidência. A plutocracia adoraria.

Desapareceria da mídia o noticiário obsessivo sobre corrupção, para começo de conversa, como ocorreu nos anos de ditadura militar. E Eduardo Cunha comandaria uma agenda completamente a favor dos plutocratas:

  • Financiamento de campanha, que é a forma consagrada pela qual a plutocracia toma de assalto a democracia? Sim, sim, sim.
  • Regulação da mídia, que é como a sociedade se protege de abusos das grandes corporações jornalísticas? Não, não, não.

E assim seguiria o Brasil, o paraíso das iniquidades. Mas apareceram os suíços, e a festa, para Eduardo Cunha, terminou em tragédia.

No entanto, para os plutocratas que sempre dispensaram proteção. Há muitos outros Eduardo Cunhas na política brasileira. Aécio é um deles. A plutocracia sabe que pode contar com Aécio. Tem seus defeitos. Gosta muito da vida noturna, e é amigo de pessoas em cujo helicóptero pode aparecer meia tonelada de pasta de cocaína. Mas tudo bem.

Na ótica dos donos do Brasil, é um dos nossos.

segunda-feira, 12 de outubro de 2015

Brasil - Sem planos nem sanduiche (ou o Bauru conta?...)

sanduiche Barros Luco


Carlos Lessa (IPEA), no blog dos Desenvolvimentistas

A expressão “plano” esteve, assepticamente, livre de qualquer viés ideológico, até que, após a Revolução Comunista Soviética, foi utilizada como horizonte e guia político-econômico do Estado nacional. Ali teve início a formulação do I Plano Quinquenal Soviético e foi instalada uma equipe encarregada de planificar a trajetória futura da União Soviética. A partir desse momento, as expressões “plano” e “planificação” passaram a ser identificadas como o modo pelo qual o Estado socialista poderia dispensar as regras do jogo capitalista e atuar de forma organizada para a evolução da nova sociedade.

Em sentido amplo, propor fazer um plano nacional e instalar um processo de planificação marcavam uma posição de esquerda, e o debate ideológico passou a repudiar essas expressões como sínteses de uma prática hostil ao capitalismo, que buscavam a transformação e o desenvolvimento econômico de uma nova ordem social e política.

As imperfeições microeconômicas da economia de mercado já haviam sido mapeadas pela análise neoclássica. As visões teóricas de um monopólio bilateral entre as relações do capital patronal e o trabalho assalariado já insinuavam ajustes institucionais em direção ao que se denominou economia social de mercado. O receituário político-econômico da economia política clássica liberal inglesa e as derivações da teoria do equilíbrio geral neoclássico haviam feito evoluir da ideia de Estado gendarme, guardião de contratos e do livre jogo de mercado e decantado como paradigma liberal à figura do Estado mínimo, com os mais reduzidos instrumentos de atuação discriminatória. Houve um presidente chileno, Barros Luco, que afirmou ser “muito fácil” seu cargo, pois os problemas ou eram auto-solucionáveis, ou não tinham solução e ele não tinha com o que se preocupar – e passou à história como nome de saboroso sanduíche local.

Como é sabido, as industrializações nacionais que se sucederam à Revolução Industrial no século XIX haviam recusado o corpo de princípios da economia liberal e praticado reformas institucionais, operado instrumentos discriminatórios, realizado subsídios e investimentos e ampliado, pragmaticamente, o âmbito e a profundidade das políticas públicas. Cometeram heresias e praticaram pecados mortais para o liberalismo de mercado. Contestaram, teoricamente, a capacidade da livre-economia de mercado de conduzi-los ao desenvolvimento industrial e de fortalecimento geopolítico. Assim fez a teoria da nacional economia sustentando o projeto industrializante nacional alemão; assim, o historicismo francês justificou a França de Napoleão e seu esforço de amplificação colonial. O Japão fez uma “reciclagem”, preservando o xintoísmo e atribuindo ao imperador – aceito como divino – o poder absoluto, implantador da Revolução Meiji.

A Rússia czarista aboliu a servidão e fomentou, pelo Estado, a instalação de núcleos industriais; o poder absoluto foi acionado em nome da preservação nacional russa. Entretanto, todos esses países, uma vez industrializados, abandonaram, ideologicamente, seus discursos pró- -industrialização como projeto nacional e passaram a defender, ideologicamente, os princípios da economia liberal. Chutaram, pragmaticamente, o andaime teórico anterior e, como potências, expandiram cosmicamente suas ambições geopolíticas.

A I Guerra Mundial desmoralizou o sonho da belle époque e deslocou o epicentro industrial da Inglaterra para os EUA, que se converteram em campeões do livre-mercado. A evolução da II Revolução Industrial, iniciada antes da I Guerra Mundial, foi pontilhada de desajustes monetários-fiscais que, como tremores sísmicos, antecederam o terremoto macroeconômico da Grande Crise de 1929 e mergulharam as potências nas preliminares de um segundo conflito mundial.


Do ponto de vista latinoamericano, o sonho de uma economia industrializada tinha ficado circunscrito a escassos pensadores. Entretanto, a filosofia alemã hegeliana e a economia nacional de List haviam se instalado no espaço universitário. No Brasil, houve a Escola de Recife; no Chile, com dois ou três anos de diferença, foi impresso o livro de List. Após a I Guerra Mundial, o romeno Manoilesco formulou a teoria da “indústria nascente” e de “sistema industrial”; seu livro foi impresso no Brasil em 1931 (dois anos após sua edição em romeno), por Roberto Simonsen, campeão do projeto de industrialização e liderança empresarial brasileira.

A filosofia positivista sublinhava a ideia da sociologia como o ápice da engenharia racional humana; teve enorme passagem pela América Latina, no final do século XIX e décadas iniciais do século XX. O sucesso do desenvolvimento decimonônico da economia norteamericana já havia gerado o discurso bolivariano, convocando a Iberoamérica a reproduzir a experiência das treze repúblicas.

Entretanto, foi a II Guerra Mundial que abriu caminho, na América Latina, para a ideia de planificação nacional como modo de operar a política econômica, segundo uma trajetória de crescimento e com vistas à transformação estrutural da economia nacional do país latinoamericano. Com temor da patrulha ideológica, a Cepal virou a referência crítica, a visão ricardiana do livre comércio liberal e da organização de um plano de investimentos público-privado, substituindo a expressão “planificação” pelo neologismo político-econômico “programação”.

O Brasil – que, com Getúlio Vargas, havia sido keynesiano antes de Keynes, que havia desenhado o sonho da industrialização desde matrizes positivistas até a literatura infantil de Monteiro Lobato foi quem apoiou, diplomaticamente, Prebish e a Cepal. A frustração com a não-inclusão do país no Plano Marshall leva o Brasil, nos anos 1950, a praticar, pragmaticamente, infrações frontais ao neoliberalismo, ao adotar, explicitamente, o Plano de Metas e consagrar a industrialização e a urbanização como núcleos estratégicos de um projeto nacional desenvolvimentista.

Da defesa varguista da economia do café no “terremoto” de 1929, até o projeto de Brasil-potência, o país fez crescer o PIB em torno de 7% ao ano.

Com a crise da dívida externa e a instalação do Estado de Direito da Constituição de 1988, houve um mergulho na hiperinflação e na desaceleração do crescimento. A partir de 1980, o Brasil mergulha na mediocridade macroeconômica. Há um repúdio ao sonho da industrialização nacional e incorporamos o neologismo “globalização”, como versão atualizada do neoliberalismo, agora sob hegemonia ideológica do epicentro dos EUA. O Brasil passou a não discutir projeto nacional e afirmou que, se integrando à economia mundial, chegaria, à la Pangloss, ao melhor dos mundos possíveis.

A vitória norteamericana na Guerra Fria, com a queda do Muro de Berlin, marca a hegemonia e a superimposição político- -econômica do Consenso de Washington. No Brasil, abandonamos a discussão de desenvolvimento alternativo apoiado no mercado interno e nos propusemos a ser “celeiro do mundo” (apesar da fome dos brasileiros) e fornecedores de matérias primas para as potências industrializadas e para a China em industrialização. No entanto, a crise mundial iniciada em 2008 promete vicissitudes que recolocarão o debate sobre o futuro brasileiro. Necessariamente, será a ideia de planejar a reativação de um projeto nacional brasileiro. O Estado terá de ser reformado e reequipado com instrumentos de ação discriminatória, muitos dos quais abriu mão em nome da “integração competitiva” à globalização e de uma privatização desnacionalizante do sistema produtivo.

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Petrobras e os procuradores vira-latas





por André Araújo, no blog de Nassif





No programa PAINEL de hoje (dia 04/10)  na GLOBONEWS, os debatedores acharam normalíssimo promotores americanos irem a Curitiba colher provas para processar a Petrobras e disseram que a Petrobras deve se preparar para pagar uma multa de US$ 1.6 bilhão para a SEC-Securities and Exchange Commission, a CVM americana, além de mais 16 ações cíveis de acionistas minoratários que querem indenizações da Petrobras e ainda o Departamento de Justiça pode pedir condenações criminais. Todos falaram como se o Brasil fosse a merreca do mundo, galinheiro onde qualquer um põe a mão, faz e acontece.

1. A PETROBRAS é uma empresa estatal, tem controle direto do Governo brasileiro, a corporação tem sede no Brasil, o fato de ter ações listadas em Nova York não estende automaticamente a jurisdição americana sobre o Rio de Janeiro, onde a Petrobras tem sede. Os americanos podem achar que tem jurisdição mundial mas isso é o que eles acham. Uma empresa estatal é uma EXTENSÃO do Governo brasileiro, que pode invocar imunidades para um ente do Governo. Uma multa de US$1,6 bilhões é absurda, os escritórios e outros investimentos da Petrobras nos EUA não valem isso, são esses ativos que podem ser tomados, que tomem, o Brasil tem ferramentas jurídicas e espero que as use para lutar com esse non-sense.

2. OS EUA são um País que NÃO ACEITA JURISDIÇÃO ESTRANGEIRA extra territorial sobre seus cidadãos e empresas, não faz parte de cortes internacionais exatamente para não ter risco de seus nacionais serem julgados por estrangeiros.

Os pilotos do LEGACY foram condenados no Brasil e nem tomaram conhecimento, nem o Departamento de Justiça americano quis cooperar com a Justiça brasileira. A CISCO, gigante americana de informática foi autuada por contrabando no Brasil e o Governo brasileiro não processou por isso a matriz americana da CISCO, a CHEVRON foi processada aqui por danos ambientais e nenhum promotor brasileiro foi aos EUA processá-la na matriz.

3. As ações coletivas civis são golpes de escritórios de advocacia "abutres" especializados em cooptar acionistas para extorquir indenizações, é um setor da advocacia americana de péssima reputação, tipo "advogado de porta de cadeia"!, são meia dúzia de escritórios bem conhecidos, tipo "venha aqui e nós podemos fazer você ficar rico". Caçam clientes na rua para criar escândalo e cobrar um cala boca da empresa atacada.

Meu receio é que a PETROBRAS não esteja se defendendo com a artilharia de calibre suficiente, a Justiça americana é diferente da brasileira, exige LOBBY junto ao Departamento de Justiça, se deixar os promotores sozinhos vão criar confusão máxima e pelo que sei a PETROBRAS não contratou nenhum lobista para assunto tão serio, lobista em cima da SEC e em cima do DofJ, lá é PERFEITAMENTE LEGAL E ESPERADO. Aqui aparece o tradicional comentário idiota " Ainda não fomos notificados", o que não vale nos EUA, lá o acusado tem que agir MUITO ANTES DE SER NOTIFICADO, para não deixar o assunto criar raízes de modo a depois ser impossível, precisa matar no ninho.

Registro meu ESTARRECIMENTO de Procuradores brasileiros, que são pagos pelo Governo do Brasil, ajudarem Procuradores estrangeiros a processar e ao fim cobrar multas bilionárias do MESMO GOVERNO que lhes paga o salário. É como o filho ajudar alguém a processar seu pai para lhe extorquir dinheiro.

Segundo os entrevistados do PAINEL disseram, especialmente o Paulo Sotero, que mora em Washington, terça-feira próxima Promotores americanos estarão em Curitiba para recolher documentação contra a PETROBRAS, obviamente vão ser recebido com tapete vermelho.

Parece que esqueceram completamente a noção de ESTADO NACIONAL, mas os americanos nunca esquecem.