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quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Hoje na História: 43 a.C. - Cícero, o maior orador de Roma, é assassinado


Pintura de Cesare Maccari retrata discurso de Cícero no Senado Romano


O senador romano Marco Túlio Cícero é degolado pelos sicários do novo homem forte do Império Romano, Marco Antonio. Sua cabeça e suas mãos foram expostas na tribuna do Senado. Ele fora capturado no dia 7 de Dezembro de 43 a.C. ao deixar a sua vila em Fórmia numa liteira a caminho da costa, onde esperava embarcar para a Macedónia. Quando os assassinos, Herénio, um centurião, e Popílio, um tribuno, chegaram, os escravos de Cícero disseram que não o tinham visto. Descoberto, diz-se que suas últimas palavras foram: "Não há nada correto no que estás a fazer, soldado, mas tenta matar-me corretamente." Inclinou a cabeça para fora da liteira num gesto para facilitar a tarefa.
Cicero foi o maior orador de Roma e um prolífico autor de vasta correspondência e textos de filosofia e política. Influenciou o pensamento europeu e seus discursos se tornariam modelares para as gerações que se seguiram.
Cicero nasceu em 3 de janeiro de 106 a.C. em Arpinum perto de Roma, filho mais velho de uma rica família de proprietários de terra. Jovem ainda, quando o pai percebeu seu interesse em oratória e filosofia, decidiu levá-lo a Roma para receber melhor educação.
A primeira aparição de Cicero ocorreu durante a ditadura de Sula. Num caso, quando defendia Sextus Roscius de falsa acusação de assassinato, corajosamente fez alguns comentários sobre aspectos do regime de Sula.
Em 79 deixa Roma a fim de estudar em Rhodes. Regressa em 76 quando se casa com Terentia, filha de uma família poderosa. Em 75 assume o cargo de quaestor, que o leva a ser membro do Senado. Em 70 alcança seu primeiro grande sucesso quando acusa Caius Verres de extrema má administração do governo na Sicília.
Em 69 ocupa o cargo de aedile (jogos e serviços públicos) e depois o de praetor (juíz). Em 66, pronuncia seu primeiro grande discurso político em defesa da ampliação do comandodo do general Pompeu no Mediterrâneo. Em 63 torna-se, aos 43 anos, cônsul, ou seja, representante oficial do governo no estrangeiro.
Nos anos de consulado, Cícero viu César, Pompeu e  Crasso formarem o Primeiro Triunvirato, uma poderosa coalizão dentro do Senado. Recusou-se a se tornar o quarto membro desta aliança, manifestando publicamente seu desacordo com os métodos violentos de César. Isto o levou ao exílio na Macedônia onde viveu durante 16 meses até que os amigos o chamaram de volta em agosto de 57.
Cícero passou anos sem se dedicar à política, voltando-se a escrever sobre filosofia e outro temas. Sua vida entrou em anos de solidão e tristeza: o divórcio com Terentia após 30 anos de casamento e a morte de sua filha Tullia.
Cícero não estava envolvido na conspiração contra César, embora a tenha aprovado. Após o assassinato de César teve importante papel no estabelecimento de um acordo entre Marco Antonio e os conspiradores. Logo concluiu que Antonio era uma grande ameaça à liberdade como antes César havia sido. Otaviano, tendo tomado o poder de Roma pela força, fez um acordo com Antonio e Lepidus para formar uma ditadura dos três. Começaram por tornar fora-da-lei seus inimigos, Cícero entre eles. Em dezembro de 43, enfrentou a morte com coragem e dignidade diante dos assassinos a mando de Marco Antonio.
O texto de 57 discursos, de mais de 100, chegaram aos nossos dias. A coletânea impressiona pelo volume e qualidade. Os textos legais "Pro Cluentio" são os mais longos e complexos, no entanto exibem um quadro vívido da vida numa pequena cidade italiana. O muito mais curto "Pro Archia" é notável por sua sincera e persuasiva defesa da vida dedicada às letras. Quanto aos discursos políticos, as “Catilinárias” são os mais famosos.

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