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terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Histórias escabrosas - episódio II - Margot





mais uma pesquisa de menos de duas horas do Fernando Brito, no blog Tijolaço


Graças ao leitor Ivan, a gente  confere  que, de fato, a D. Verônica Serra é a representante da OEP, braço do JP Morgan, em seus investimentos no Brasil.
Está lá, no Valor Econômico, que a Portal de Documentos SA foi mesmo comprada pelo banco, por um valor entre US$ 100 e 200 milhões de  dólares.Diz o jornal:
“De acordo com Verônica, não haverá mudanças na gestão da empresa investida. “A One Equity não entra nas companhias para fazer mudanças no dia a dia. A atuação é feita por meio do conselho de administração”, diz. Dos seis assentos do conselho, a One Equity terá três deles. Além da própria Verônica, estão nele Christian Ahrens e Brad Coppens, diretores do braço de investimentos do J.P. Morgan.”
Embora a transação seja de 1° de fevereiro deste ano, não há registro dela na Junta Comercial, muito embora Serra, Ahrens e Bradley ( o Brad), estejam desde esta época lá como conselheiros. Donde se pode,  despreparados como somos, concluir que foram vendidas três cadeiras no conselho da empresa, não parte da empresa. Ou será que eles mandam na empresa, mas não respondem societariamente por isso?
Bem, mas a matéria nos aponta que o negócio foi feito pela Pacific Investimentos, uma das empresas de Verônica.
Um empresa recente, criada em março do ano passado, com um capital de R$ 268.834,00. Três sócios de R$ 1,00, para constar e R$ 188.181 de Verônica e R$ 80.650 para a cidadã americana Margot Alyse Greenman.
Em apenas cinco meses, em agosto, esta eficientíssima empresa consegue lucros de R$ 172.930 – uma proeza fantástica, pois menos de 30% do capital registrado tinha sido integralizado, ou R$ 82, 6 mil -  e estes lucros são distribuídos da seguinte forma: a sócia majoritária, Veronica Serra, fica com menos, R$ 80.650 – pagos à vista – e Margot com R$ 92.280, sendo R$ 24.280  cash e o resto na forma de um Corolla 2008, flex, pertencente à empresa. Como o carro foi contabilizado como lucro, não deve ter feito parte da integralização do capital.
No mesmo dia 25 de agosto, D. Margot vai embora, a bordo do Corolla, da empresa, que passa a ser toda, exceto por R$ 2, de Verônica Serra.
Com D. Margot, vão embora as ligações formais da Pacific Investimentos com o nome  Morgan e com o Caribe.
Porque D. Margot é uma mulher muito presente nestes negócios.
Logo em setembro ela é admitida como diretora da Solfin  Securitizadora de Crédito, que muda de nome para Financial Crédito, e que salta de um capital de R$ 10 mil para R$ 65 milhões. Lá, ela tem a companhia, como colegas de diretoria, do ex-presidente do BNDES, José Pio Borges de Castro Filho (1),  e o ex-secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda de FHC, Winston Fritsch.
Mas, deslocando-se com seu Corolla, ela acha tempo para representar, como diretora financeira,  os modestos R$ 200 que a MR Brasil Empreendimentos Imobiliários adquire na Financial 1 Desenvolvimento Imobiliário, criada em 13 de outubro de 2010. E ela já representava esta empresa  nas participações de R$ 160 na Abioye Empreendimentos e de ser diretora da Financial ABV, outra empresa modesta, de apenas R$ 1 mil de capital social.
Uma trabalheira, sobretudo para quem, dois dias antes de fundar a empresa em sociedade com Verônica Serra, era admitida como administradora da Acelo Participações, fundada por membros de um escritório de advocacia e que, naquele mesmo dia 3 de março os substituia pela Morgan Rio Interests II, PLC e pela MR (bom abreviar, não é?)  Aflilliants II, LLC, ambas  sediadas na 9 West 57TH Street, 26 ° andar, em Nova York. Com D. Margot e com as MR, o capital da empresa, que era de R$ 1 mil, foi subindo até chegar aos R$ 20.718.966 de hoje.
Com tudo isso, D. Margot  – e participando de outras empresas, que não listo por piedade do leitor – ainda participava de seminários, como representante no Brasil do Morgan Rio Capital Manegement.
Este fundo, dirigido pelo sr. Jacobo Buzali,  tem escritório em Nova York e está sediado – adivinhou? – nas Ilhas Cayman, mais precisamente na 27 Hospital  Road, 5TH Floor, P.O. BOX 10293, no Citi Hedge Fund Services , no Cayman Corporate Centre, em Georgetown.
Ou o mundo é pequeno ou o Caribe é grande, o que vocês acham?

PS. Os documentos, como sempre aqui, são públicos. Estão na Junta Comercial de São Paulo. Basta fazer o cadastro e acessar.


NOTAS BOTOCUDAS

(1) José Pio Borges foi o presidente do BNDES  que autorizou os empréstimos para a AES americana comprar distribuidoras de eletricidade (Eletropaulo) nas privatizações tucanas sem que a empresa do norte colocasse um único tostão e depois dar um calote de bilhões de dólares  na viúva. Depois, por volta de 2003, nosso herói foi consultor contratado pela própria AES. Hoje é sócio de André Lara Resende (outro tucano de grossas plumas no governo FgágáC) numa empresa chamada RB Capital, em que Winston Fritsh também participa. Isso só vai...

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