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segunda-feira, 18 de abril de 2011

O infatigável D. José I, o Serra


Carlos Motta, no Crônicas do Motta

O infatigável José Serra, provavelmente cansado do ofício de papagaio de pirata ao qual se dedicava depois de perder a eleição presidencial, arranjou um novo ofício, o de articulista da página 2 do Estadão, aquela que exibe diferentes nomes a exprimir sempre a mesma opinião.

Seu artigo de estreia foi por ele denominado Negócio da China, um título, convenhamos, nada original. Serra explicou na notícia que informa os leitores do Estadão sobre a sua nova atividade que gastou duas horas inteiras para escrever a peça - e mais três para pô-la no tamanho exigido pela limitação da folha de papel. Na sua imensa modéstia, ainda informa que costuma escrever rapidamente.

Nem precisava dizer isso, a julgar pelo conteúdo do artigo. Certamente há pessoas que poderiam gastar bem menos tempo para dizer que o Brasil exporta commodities para a China e importa produtos manufaturados dos chineses. Ah, e também que esses danados desses chineses são bons nesse tal de planejamento a longo prazo e nós, pobres brasileiros, não conseguimos pensar muito além do dia de amanhã.

Pronto, trabalho feito. Há, porém, omissões nesse texto do pensador José Serra. Ele se esqueceu, em meio às tantas obviedades que escreveu, de dizer, por exemplo, que a vaca dá leite e o macaco gosta de banana.

Se assim fizesse dignaria ofertar ao leitor, além de seus notórios conhecimentos econômicos, outros de áreas também relevantes como, por exemplo, a biologia e a sociologia.

Certamente haverá mais oportunidades para isso. Pois, por mais que esteja em atividade, o nosso prolífico intelectual e político achará tempo para deslumbrar a todos com suas originais receitas para as mazelas do país, todas bem temperadas com o gosto forte da inveja e pitadas generosas de ressentimento.

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NOTAS BOTOCUDAS

O arrazoado da lavra do Almirante do Tiete está aqui.

Notem que de saída cita o economista argentino Raúl Prebisch - que criou a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) e, ao lado de Celso Furtado, combateu o pensamento econômico conservador da época e lutou pela industrialização e integração dos países latino-americanos.

Mas quem tem um mínimo de memória lembrará que há poucos meses, durante a campanha presidencial, esse mesmo D. Chirico 1º - combatente indômito do trololó petista, renegou na prática e na teoria as ideias de Prebisch e Furtado.

Agora saca esses mesmos teóricos da algibeira para sugerir a divisão do sistema capitalista mundial entre o centro (ocupado pelos países mais ricos e desenvolvidos) e a periferia (constituída pelas nações pobres, julgadas subdesenvolvidas ou em vias de desenvolvimento), para concluir que a China caminha para se constituir numa economia central e o Brasil segue descontraído na direção oposta, rumo à periferia.

Eita!... pior do que isso deve ser só o artigo defendendo o desarmamento no Brasil escrito pelo iluminado pensador tupiniquim Demetrio Magnoli, que aparece ao lado do texto de Serra - O Pegador Discreto, na mesma pagina 2 da mesma edição do jornalão paulista. Este ultimo não me dei ao trabalho de ler, mas por ai bem se vê que esse jornalão caminha diretamente para o inferno com dois analistas desse quilate.

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