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terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Conspiração de Natal

Regina Sharf, no Página 22

Um número crescente de cristãos norte-americanos de diferentes denominações está tentando mudar as celebrações natalinas para torná-las mais espirituais e menos consumistas. AAdvent Conspiracy (algo como Conspiração das Vésperas do Natal) sugere que os fiéis parem de entupir os shoppings e ruas comerciais e celebrem de uma forma mais espiritual. Segundo o grupo, o comércio natalino movimenta US$ 45 bilhões anualmente nos EUA – dinheirama mais do que suficiente para resolver diversos problemas globais. Daí, eles perguntam: “será que Jesus teria celebrado desta forma?”

Os pastores da Advent Conspiracy respondem: ele não teria dado um vale-presente impessoal ou um casaco que jamais será usado. Ele teria dado algo realmente útil, como água tratada para uma aldeia africana, ou tempo dedicado aos amigos ou ao voluntariado. “O problema é que você gasta, cria dívidas e fica preocupado porque acha que, se não gastar o bastante, alguém achará que você não o ama”, diz Rick McKinley, um dos fundadores do grupo. Para McKinley, que é pastor evangélico em Portland, no estado de Oregon, é preciso acabar com o frenesi e as extravagâncias desta época do ano. Com 29 mil seguidores no Facebook e um vídeo promocional que já foi visto por mais de 1,2 milhão de pessoas (veja abaixo), o movimento ganha importância a cada ano.

O grupo propõe, dentre outras coisas, que passemos a fazer os presentes nós mesmos, como quando éramos crianças. O dinheiro que deixaria de ser gasto poderia ser doado para quem realmente precisa. Mais precisamente, eles sugerem a doação para a construção de poços de água potável em regiões mais pobres. Em 2006, no lançamento da campanha, quatro igrejas doaram US$ 500 mil para a Living Water International e outros projetos dessa natureza. No ano seguinte, aumentou o número de participantes e as doações chegaram a US$ 6 milhões.

Segundo McKinley, alguns fiéis ficaram assustados com a idéia e o acusaram de estar acabando com o Natal – mas aos poucos se ajustaram à idéia e acabaram gostando do conceito. Muitos, inclusive, se disseram aliviados.


Nota botocuda

Nem sempre esse blog acha que "americano = ruim". Essa iniciativa é das mais louváveis e legais.

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