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sábado, 22 de maio de 2010

SUSTENTABILIDADE – cuidado com a maquiagem verde


A cada ida ao supermercado, à loja de material de construção, ou mesmo nos intervalos da programação da TV e nas revistas, deparamo-nos com cada vez mais produtos se dizendo “eco”, “verde”, “amigo do meio ambiente”, “preserva a natureza”. A lista é extensa, mas infelizmente, a grande maioria não passa de uma “maquiagem verde”. Sinais de que a distorções dos conceitos para se fazer parecer sustentável sem ser - cresce a cada dia.

No Brasil, ainda não existem números sobre maquiagem verde, mas na Austrália, recente levantamento, identificou que 98% dos produtos oferecidos como verde são “maquiados”.

Por falta de informação correta os consumidores brasileiros continuam levando gato por lebre para casa: produtos que podem inclusive prejudicar a saúde de suas famílias propagandeados como “mais sustentáveis” só porque têm rótulos e embalagens recicladas por exemplo. A falta de uma legislação adequada favorece grandemente esse descalabro.

A maioria das pessoas ainda tende a acreditar que sustentabilidade relaciona-se a apenas a questões ambientais. Esse engano é cometido também por muitas empresas que imaginam que atrelar o lançamento de determinado produto apenas ao meio ambiente e ecologia está tudo resolvido, quando na verdade, os benefícios devem ser também econômicos e sociais.

Existem produtos sendo lançados com toda a pompa de sustentabilidade, mas ai o design não é do agrado do público alvo. O artigo é produzido com toda responsabilidade socioambiental mas não tem appeal, talvez sem conforto ou um design agradável. Resultado: não vende. Se não vende, houve desperdício. Se tem desperdício, não é sustentável.

Por outro lado, existem produtos altamente desejados e competitivos e que não possuem os atributos essenciais da sustentabilidade, acabam por ter uma relação de redução de desperdício mesmo mais positiva que outros ecologicamente corretos.

O que um consumidor comum pode fazer na prática?... para não cair na conversa fiada das industrias e distribuidores?

1- O primeiro passo é o teste de São Tomé: ver para crer. Comece pela embalagem ou manual que informa a origem do produto e verifique sua procedência. Dê preferência para produtos produzidos em sua região, até para alimentos. O custo ambiental de transportar alimentos por longas distancias é absurdo. Evite comprar produtos similares produzidos em outros países. Se você compra produtos de outros países você está diminuindo o recolhimento de impostos e estimulando o desemprego e a falta de infraestrutura pública nacional. Produtos brasileiros tem qualidade equivalente (ou superior) a muitos importados. Várias cadeias de supermercado e de lojas de material de construção têm oferecido produtos de baixa tecnologia que poderiam ser produzidos por qualquer comunidade carente no Brasil, mas são importadas da China, Índia, Bangladesh e outros países menos favorecidos. O consumidor ao optar por esses produtos está contribuindo, diretamente, para aumentar a fome, a violência e a miséria em nossas cidades.

2- Verifique também que o que há dentro da embalagem é lebre mesmo, que era o que você queria comprar, não gato que podem querer lhe empurrar.

3- Não se deixe levar pela embalagem, se é reciclada ou não. Isso, neste momento é uma bobagem. O que é importante é saber se o produto é ou não agressivo à sua saúde e a de sua família. Essa mesma embalagem, qualquer que seja, você pode destinar à reciclagem depois.

4- Uma forma de ajudar na identificação de produtos sustentáveis é por meio dos chamados Selos Verdes, mas cuidado com isso também, pois alguns selos são só de mentirinha. Procure se inteirar sobre selos mais confiáveis, como o FSC para madeiras e papel, o PROCEL de consumo de energia para eletro-eletrônicos, e se informe sobre os diversos que existem para alimentos orgânicos - existe uma boa base de informações sobre eles na internet – e se baseie nos que achar mais confiáveis para nortear suas escolhas.

Mitos & Fatos

1. MITO: Produtos Ecológicos são os ideais em uma construção sustentável.

Fato: Produtos ecológicos podem estar em perfeita harmonia com o meio ambiente sem serem viáveis economicamente, ou sem terem qualidade comprovada. Um produto sustentável tem responsabilidade social e ambiental e tem qualidade comprovada não gerando retrabalhos e outros custos.

2. MITO: Para se proteger da poluição, o melhor é fechar as janelas.

Fato: O ar de dentro de casa pode ser até cinco vezes mais poluído que o externo. Escolha tintas, vernizes, colas, selantes, carpetes, materiais de limpeza, com baixos índices de emissão de substâncias químicas nocivas a saúde, como, por exemplo, com baixos índices de COVs (Compostos Orgânicos Voláteis). O uso de barreiras de contenção de poeira são muito importantes pois podem reduzir em até 75% a entrada de poeira dentro do ambiente.

3. MITO: Madeira certificada é sustentável.

Fato: Existem muitos tipos de certificação no mercado. É preciso saber o que ela atesta. Uma madeira sustentável é aquela em que há controle racional de todos os processos de replantio, manejo e extração.

4. MITO: Para solucionar o problema do aquecimento global causado pela emissão de Gases Efeito Estufa (GEE), precisamos plantar árvores.

Fato:Plantar árvores é uma ferramenta eficaz para neutralizar os GEE. Todavia, antes, é preciso tornar os sistemas eficientes, reduzindo ao máximo os níveis de emissão. Apenas emissões inevitáveis devem ser neutralizadas e uma das maneiras de se fazer isso é plantando árvores. Como indivíduos ou como empresas, todos contribuímos para o fenômeno do aquecimento global com a energia que consumimos em casa, nos edifícios de escritórios, nos processos produtivos, nos deslocamentos de transporte e com os resíduos que produzimos, por exemplo.

5. MITO: Ligar e desligar um microcomputador gasta muito mais energia do que deixá-lo ligado por pouco tempo.

Fato:É verdade que o nível de consumo de energia durante a inicialização do computador é maior do que quando ele já está ligado. Porém, isto não justifica deixá-lo ligado por muito tempo sem uso.

6. MITO: Limpar as embalagens de alimento para reciclagem impacta no gasto de água.

Fato:É preciso lavar as embalagens antes de separá-las para uma coleta seletiva. Entretando, o gasto de água ocasionado nesta situação é inferior ao necessário para a fabricação de uma embalagem nova, o que justifica esta prática. Uma alternativa é separar um pouco da água usada para lavar a louça e reusá-la limpando as embalagens.

7. MITO: Todo produto base água é salubre.

Fato:Muitos fabricantes de tintas, adesivos, selantes, primers poliméricos (exemplos de produtos que comumente apresentam emissão de compostos orgânicos voláteis) divulgam a informação de que por solubilizar suas formulações em água, substituindo solventes, conseguem manufaturar produtos isentos de compostos orgânicos voláteis. A informação pode ser errônea considerando que, grande parte destas formulações tem em sua composição resinas poliméricas. E, portanto, a realização de ensaios laboratoriais (utilizando, por exemplo, metodologias ASTM ou do EPA – Environmental Protection Agency) pode acusar, mesmo em formulações base água, índices de emissão de compostos orgânicos voláteis.

LISTA DE MITOS E FATOS REPRODUZIDO DAQUI

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